Hattusa-Bogazkoy, a antiga capital do império hitita

Há 3 500 anos, havia duas super potências no mundo. Uma delas era o Egito dos faraós, e a outra era o império hitita. Estes dois grandes estados governaram sobre uma parte importante do mundo conhecido daquela época. Nesse período, os meios de transporte eram limitados, e a dimensão da população e o nível da tecnologia eram reduzidos.

A segurança das estradas e a manutenção da ordem eram muito importantes para o comércio. Era muito difíl controlar e governar sobre as extensas zonas geográficas que pertenciam ao império. As rebeliões e os danos causados pelos criminosos, ocupavam muito do tempo dos grandes estados.

Os hititas ampliaram o seu domínio em todas as direções, e estabeleceram a sua capital em Hattusa – Bogazkoy, que atualmente pertence à província turca de Çorum. Os hititas, são o membro mais antigo que se conhece da família das línguas indoeuropeias, tinham uma religião politeísta e não falavam uma língua comum. As suas religiões eram encabeçadas por Tengri – o deus do céu – e pelo deus solar. O número de deuses foi aumentando, à medida que se iam juntando novas regiões ao império. Por isso, os hititas são conhecidos como o povo dos mil deuses.

Hattusa – Bogazkoy foi a capital do império hitita entre os séculos 13 e 12 a.C.. A cidade interior e exterior, e Yazlikaya – o centro religioso – são os locais mais importantes de interesse turístico da cidade. A cidade interior tinha principalmente edifícios administrativos e templos, enquanto que a cidade exterior se destacava pelas elaboradas portas da sua muralha, além de ser o local onde se situavam as casas e os edifícios de índole comercial. Já fora da cidade, estavam os cemitérios e a necrópolis.

Os hititas foram conhecidos em grande medida pelo facto do nome “hitita” ser mencionado na Tora. A presença dos hititas foi confirmada com informações concretas, após as descobertas feitas pelos arqueólogos na década de 1 890. O facto de ter sido descoberto em Hattusa o arquivo estatal e de ter sido lido o seu alfabeto - que usava a escrita cuneiforme – confirmou uma vez mais a existência deste império. Os hititas alcançaram um estado de direito com as suas leis. O chefe de cada cidade regia a ordem em nome do imperador e era o sacerdote máximo local. As entradas da antiga cidade, a Porta do Leão, a Porta da Esfinge e a Porta do Rei, ainda se mantém atualmente de pé.

No século XIII a.C., os hititas lutaram pela conquista da Síria. As armas e o equipamento bélico hitita, eram tecnologicamente mais avançados do que o dos egípcios. O exército hitita de 37 mil soldados, era acompanhado por 3 500 carros de combate. Pelo contrário, o exército egípcio tinha 20 mil soldados e 2 000 carros de combate.

Os exércitos dos dois impérios lutaram no Vale de Qadesh em 1 295 a.C., mas nenhum deles conseguiu alcançar a vitória. O eclipse solar que aconteceu no dia da batalha, foi interpretado como um sinal dos deuses, que não queriam que fosse travada uma guerra. E assim foi assinado o Tratado de Qadesh entre o faraó egípcio Ramses II e o rei hitita Hattusili III. Este acordo de paz, é considerado com mais antigo acordo diplomático do mundo. É sem sombra de dúvida, o tratado mais antigo que sobreviveu no mundo até aos nossos dias.

As réplicas egípcias e hititas do acordo, ficaram em exibição nas capitais dos dois países. As réplicas do acordo foram encontradas nas excavações feitas em Hattusa em 1 906, e estão agora expostas no Museu Arqueológico de Istambul. Existe também outra réplica em exibição na sede da ONU em Nova Iorque, para mostrar o primeiro tratado de paz da história.

Depois do Tratado de Qadesh, foram enviados embaixadores recíprocos entre os hititas e os egípcios. As interações entre os dois países acabaram por ser refletidas em todos os aspetos da vida. A muralha na vertente sul da capital hitita, foi construída em forma de pirâmide.

O Museo de Bogazkoy e o Museu de Çorum, destacam-se pelas suas importantes obras culturais, onde se pode observar o brilho do período hitita. Se um dia tiver a oportunidade de visitar a capital hitita, uma das super potências do mundo há 3 500 anos, terá à sua espera as heranças culturais nestes museus.