A Espanha vai doar quase 7,5 milhões de vacinas de Covid-19 a países da América Latina e do Caribe
O Governo espanhol fez o anúncio durante a XXVII Cimeira Ibero-americana de Andorra, onde o tema principal foi o acesso global aos produtos biológicos.
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O Governo da Espanha informou que ao longo deste ano irá doar pelo menos 7,5 milhões de doses de vacinas contra o COVID-19 à América Latina e Caribe. O anúncio foi feito pelo presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, no dia 21 de abril, durante a celebração da XXVII Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, que teve lugar em Andorra.
O chefe do governo espanhol indicou que o seu país vai doar entre 5% e 10% do total de vacinas contra o coronavírus que receber em 2021. Além disso, garantiu que a iniciativa é possível já que o “limiar de 50% da população espanhola já foi vacinada".
As vacinas serão distribuídas através do mecanismo multilateral de acesso equitativo global às vacinas, Covax, uma iniciativa lançada pela Coligação para a Promoção de Inovações para Preparação para Epidemias (CEPI), pela Aliança Gavi para Vacinas (Gavi) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Por outro lado, Sánchez disse que o seu governo vai promover o debate na Organização Mundial do Comércio (OMC) e entre seus parceiros europeus, sobre a libertação de patentes de medicamentos e vacinas contra o coronavírus. “Os direitos de propriedade intelectual devem ajudar e não ser um travão na luta contra a pandemia” – afirmou o primeiro ministro espanhol.
Sanchez afirmou ainda que deve ser garantido o acesso equitativo e universal às vacinas e que, portanto, é necessário eliminar as barreiras à sua distribuição, fortalecer os sistemas administrativos e atender às necessidades de financiamento.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, concordou e disse na sua intervenção que “o acesso às vacinas deve ser visto como um direito humano”.
O chefe de Estado boliviano condenou o facto dos países ricos terem comprado "mais de metade do stocks de vacinas do mundo", apesar de terem apenas 16% da população mundial. Esta situação, segundo Arce, fez com que cerca de 100 nações continuem sem terem vacinado uma única pessoa da sua população e que “cerca de 90% dos habitantes de quase 70 países de baixo rendimento, não se poderão vacinar contra o COVID-19 em 2021”.
