“Ter-me-iam matado se tivéssemos ficado mais 15 minutos no hotel”
O presidente turco respondeu às perguntas da CNN sobre a pena capital, dizendo que há um forte desejo do público nesse sentido.
Recep Tayyip Erdogan disse que ele mesmo aprovará a pena de morte, caso esta seja ratificada pelo parlamento (TBMM).
Esta foi a primeira entrevista do presidente turco a um órgão de comunicação externo desde a intentona golpista.
Um dos temas abordados foi a extradição do cabecilha da Organização Terrorista Fetullahista (FETO), Fetullah Gulen. Erdogan indicou que este pedido já tinha antes sido feito por via verbal ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
“Iremos enviar esta semana um pedido formal por escrito às autoridades americanas. Vamos também fazer pedidos formais a alguns países ocidentais e africanos. No caso de não recebermos uma resposta positiva sobre a sua extradição, não serão devolvidos os criminosos cuja extradição seja pedida às autoridades turcas.
Até agora, foram extraditados da Turquia para os Estados Unidos todos os terroristas, segundo o acordo de “extradição de criminosos”. Os Estados Unidos são um dos nossos parceiros estratégicos. Nos entregamos-lhes toda a gente que nos pedem, porque é que eles não fazem o mesmo? Isso tem que acontecer. Caso contrário, não voltaremos a extraditar ninguém de acordo com o princípio da reciprocidade” – assinalou o presidente.
Questionado sobre o regresso da “pena capital”, o presidente afirmou que há um forte desejo do público neste sentido. “Estamos perante o delito de traição à pátria. O governo nunca deixará de ouvir os pedidos da sociedade. Isto tem que se transformar numa decisão legislativa. Aprovarei uma resolução sobre a pena capital enviada pelo parlamento”.
O chefe de estado falou ainda sobre a noite da intentona golpista. “Estava a ser informado do que estava a acontecer. Se tivesse ficado mais 15 minutos no hotel atacado pela FETO, teria sido morto ou sequestrado”.
