A Europa precisará da liderança dos EUA contra a expansão geopolítica chinesa

Análise de Murat Yeşiltaş, pesquisador da Fundação para os Estudos de Política, Economia e Sociedade (SETA)

1613862
A Europa precisará da liderança dos EUA contra a expansão geopolítica chinesa

Os EUA, que veem a China como um rival estratégico, aprendem que há um desafio contra a supremacia dos EUA com o eixo chinês. Mas ainda há questões importantes sobre como levar a cabo a estratégia do "centro asiático" que foi posta em prática no mandato de Obama para equilibrar a China. Entende-se que o governo Biden continua a aplicar como objetivo estratégico a limitação e o equilíbrio da China, mas haverá diferenças nos métodos dessa estratégia.

As visitas de Blinken e Austin ao Japão e à Coreia do Sul e a visita de Austin à Índia constituem os eixos mais definitivos dos passos a serem dados na China. O primeiro objetivo é construir um forte contato político para fortalecer os laços de aliança tradicionais. Então, econômica e militarmente fortaleça este círculo político e democrático contra a expansão geopolítica da China.

A linguagem usada por Blinken no Japão mostra que o governo Biden considera que não é apenas uma ameaça econômica e militar, mas uma ameaça contra a ordem central da norma liberal. Este novo governo que se concentra mais na China em casos como a democracia, os direitos humanos e a supremacia do direito, também sabe que este caso será um assunto polêmico sobre o futuro da ordem internacional.

Outro objetivo do governo Biden, no âmbito da mudança da ordem internacional, tentando estabelecer uma frente global contra a China, é fazer reajustes geopolíticos na ala ocidental que irão reparar o sistema tradicional de alianças. Nesse ponto, recuperar os danos ocorridos durante a gestão de Trump nesses laços transatlânticos e fechar essas rupturas antes que se transformem em linhas sísmicas geopolíticas estão entre os primeiros objetivos de Biden.

Esta abordagem emergiu mais claramente em Bruxelas, onde Blinken fez uma visita para a Reunião de Ministros da OTAN. A administração Biden tem dois objetivos aqui. A primeira coisa é reidentificar a missão estratégica da OTAN, cuja função é o pilar mais importante do bloco geopolítico transatlântico. A OTAN onde havia as vozes cacafônicas e as divisões entre a aliança durante o mandato de Trump, é vista como o sistema de alianças que deve ser consertado principalmente para o governo Biden.

Blinken enfatizando que a aliança não é apenas uma organização de defesa e segurança, uma identidade da OTAN surgiu em Bruxelas onde o aspecto político é mais definido.

O mais importante é que conduza aos tópicos mais discutidos, a forma da posição da OTAN em relação à China no eixo geopolítico transatlântico. O Secretário-Geral Stoltenberg, dizendo que eles estão na fase de ‘entender a China’ como uma organização, já começou a usar o conceito de ‘ameaça’ para a China com mais frequência. Vê-se também que esta abordagem se transforma em uma declaração repetitiva, como podemos ver na entrevista do Alto Comissário da UE Borrell com Blinken.

A Europa, que sabe que existem oportunidades de colaboração com a China, aprende que isso já está se transformando em uma carreira estratégica. Por isso, observa-se que para Biden a OTAN é o pilar mais forte da nova unificação transatlântica que se construirá contra a Rússia e a China.

O segundo objetivo do governo Biden é reparar a estrutura devastada da frente geopolítica ocidental com o eixo transatlântico. Além de Blinken que participou da Cúpula de Ministros da OTAN, Biden participou de videoconferência na cúpula de líderes da UE e chamou a atenção para China e Rússia de que isso significa um reajuste para a Europa.

Embora Blinken afirme que não oferecem à Europa uma condição de que "estão conosco ou com eles" na luta dos EUA com a China, entende-se que forçarão a Europa a ter uma preferência sobre a China. A China é uma das preocupações que configuram a nova política de autonomia estratégica que vem sendo tentada recentemente. Portanto, para estabelecer um conjunto estratégico contra a China, há uma Europa que dirá Sim à liderança dos Estados Unidos.

 


Etiquetas: ##EUA , ##China

Notícias relacionadas