Polónia convoca embaixador ucraniano em protesto contra declarações de Zelensky na ONU

A Polónia convocou o embaixador ucraniano em Varsóvia para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em protesto contra as declarações do Presidente ucraniano Vladimir Zelensky, relativamente ao embargo ao transporte de cereais para a União Europeia (UE), durante o seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Segundo a página da internet do ministério, o Ministro Adjunto dos Negócios Estrangeiros, Pawel Jablonski, transmitiu o seu forte protesto ao embaixador ucraniano Vasyl Zvarych, que foi convocado para o Ministério dos Negócios Estrangeiros devido às declarações de Zelensky sobre o bloqueio ao transporte de cereais para a UE.

"Pressionar a Polónia em fóruns multilaterais ou apresentar queixas em tribunais internacionais não são métodos apropriados para resolver disputas entre os dois países", diz o comunicado. Acrescentando que as medidas tomadas pelo governo polaco visam proteger os interesses dos agricultores polacos, estão em conformidade com a legislação nacional, a legislação da UE e o direito internacional, e que estas medidas não serão eficazes contra a Polónia.

No seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 19 de setembro, Zelensky afirmou: "É preocupante ver como alguns dos nossos amigos na Europa estão a ser solidários no teatro político, fazendo dos cereais um filme de suspense", referindo-se às restrições impostas pela Hungria, Polónia e Eslováquia à importação de produtos agrícolas ucranianos.

A 15 de setembro, a Comissão Europeia não prorrogou o embargo ao fornecimento de cereais e outros produtos agrícolas provenientes da Ucrânia. A Hungria, a Polónia e a Eslováquia anunciaram posteriormente proibições unilaterais de importação de cereais da Ucrânia.

Em resposta, Kiev apresentou uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio.

O Primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, afirmou hoje que a Polónia não aceita a queixa apresentada pela Ucrânia contra a Polónia na Organização Mundial do Comércio:

"Advirto as autoridades ucranianas que, se agravarem o conflito desta forma, acrescentaremos ainda mais produtos à proibição de importação para o território polaco", afirmou.