Mianmar: junta militar anuncia cessar-fogo de um mês

A garantia da ordem pública pelo exército contra atividades que perturbem o funcionamento do governo, não faz parte do cessar-fogo.

1613039
Mianmar: junta militar anuncia cessar-fogo de um mês

A junta militar, que derrubou o governo eleito através de um golpe militar em Mianmar, anunciou um cessar-fogo de um mês no país.

O chefe do Estado-Maior de Mianmar, Min Aung Hlaing, disse no seu discurso à nação que o exército decretou um cessar-fogo unilateral até 30 de abril, para que possa haver negociações de paz com grupos étnicos armados no país e para a celebração pacífica dos feriados religiosos do Ano Novo, de 13 a 16 de abril.

O general Hlaing destacou que há exceções ao cessar-fogo, nomeadamente “A garantia da ordem pública pelo exército, contra atividades que perturbem o funcionamento do governo”.

Por outro lado, o Exército de Independência de Kachin (KIA), um dos grupos armados étnicos contra o golpe de estado, apreendeu uma esquadra de polícia estrategicamente importante para o exército de Mianmar, no distrito de Kyaukgyi, na província de Kachin.

O KIA não divulgou nenhuma informação sobre o número de vítimas nesta operação.

Grupos étnicos armados em Mianmar, o KIA e a União Nacional Karen (KNU), anunciaram que iriam proteger os manifestantes contra a junta.

Por outro lado, o Comitê Representativo da Assembleia Nacional (CRPH), criado por parlamentares da oposição em Mianmar para trazer de volta o governo civil, anunciou que não reconhece a atual constituição elaborada pelo exército em 2008.

O CRPH, tem vindo a tentar criar um exército federal com a ajuda do governo civil interino e de grupos étnicos armados contra a junta, e publicou o seu próprio Acordo Constitucional Provisório, num comunicado divulgado nas redes sociais.

O número de mortos em Mianmar aumentou para 536, em resultado da intervenção armada das forças de segurança nos protestos anti-golpe que começaram a 6 de fevereiro.

De acordo com a Associação de Ajuda a Presos Políticos (AAPP), 2 729 pessoas estão detidas e há mandados de prisão para 120 pessoas foragidas.



Notícias relacionadas