EUA e Japão condenam o uso de repressão violenta nas manifestações em Mianmar

Até o momento, pelo menos 459 pessoas morreram durante as intervenções armadas das forças da junta militar, desde 1 de fevereiro.

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EUA e Japão condenam o uso de repressão violenta nas manifestações em Mianmar

O número de pessoas que perderam a vida em consequência da intervenção armada das forças de segurança, nos protestos contra o golpe militar e a detenção de membros do governo eleito em Mianmar, aumentou para 459.

De acordo com o relatório diário divulgado pela Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP), mais 36 vítimas foram confirmadas mortas nas últimas 24 horas, fazendo com que o total de mortes tenha subido para pelo menos 459.

Foram também detidas 2 559 pessoas desde o início dos protestos no país, e há 119 pessoas fugitivas sobre as quais existem mandados de detenção.

Ontem, continuaram os confrontos entre o exército de Mianmar e a União Nacional Karen (KNU), um grupo armado pertencente ao grupo étnico Karen.

Em resultado dos ataques aéreos do exército de Mianmar no distrito de Papun, no estado de Karen, aproximadamente 3 000 civis fugiram das suas áreas residenciais.

Este domingo, 7 pessoas morreram queimadas e outras 11 ficaram feridas, num prédio incendiado pelo exército de Mianmar em Mandalay.

Perante esta situação, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestou-se "muito chocante e consternado" pelo massacre dos manifestantes anti-golpistas por parte das forças de segurança.

O Japão também condenou veementemente o uso da força pelos militares e da polícia em Mianmar contra os civis, nos protestos pacíficos que começaram em Mianmar após o golpe de 1 de fevereiro.

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, chamou a atenção para os disparos contra civis, o tratamento desumano dos detidos e a forte repressão sobre as atividades da imprensa. O ministro japonês disse que esta situação contrasta com a "importância da democracia", oficialmente anunciada pelo exército de Mianmar.

"O uso de munições reais em protestos pacíficos não pode ser tolerado. Os militares de Mianmar devem ser recordados que a instituição militar é suposto ser a organização que protege a vida das pessoas das ameaças externas."

"O governo do Japão pede o fim imediato da violência contra a população civil, a libertação da líder de fato do país e chanceler Aung San Suu Chii, bem como a restauração imediata da democracia em Mianmar" - afirmou Motegi.



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