Irão: "Qualquer ação de Israel contra o Irão será respondida de uma forma mais abrangente"

De acordo com a agência noticiosa oficial iraniana, IRNA, Reisi, que recebeu na capital Teerão o Xeque Ali Khatib, Vice-Presidente do Conselho Supremo Islâmico dos Xiitas Libaneses, abordou a tensão entre o Irão e Israel.

Descrevendo o ataque do seu país a Israel, em 13 de abril, como "apenas uma medida punitiva contra os males do regime sionista", Reisi afirmou: "Se for cometido algum erro, o Irão não pode ser responsabilizado", "se for cometido algum erro, os sionistas e os seus apoiantes compreenderão o significado da resposta real e abrangente do Irão", afirmou.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, afirmou que o Irão responderá "rapidamente", "mais forte" e "mais abrangente" a um eventual ataque israelita.

De acordo com a agência de notícias semi-oficial Tesnim, Abdullahiyan falou ao telefone com o Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico David Cameron.

Abdullahiyan disse ao seu homólogo que o ataque do Irão a Israel no fim de semana foi realizado em "auto-defesa", acrescentando que as políticas destrutivas de Israel estão na origem das crises na região.

Criticando o apoio do Reino Unido ao ataque de Israel a Gaza, no qual dezenas de milhares de civis foram mortos, Abdullahiyan disse: "Enquanto centenas de milhares de toneladas de bombas foram lançadas sobre o povo oprimido de Gaza nos últimos seis meses, é surpreendente que o Reino Unido esteja preocupado com a reação do Irão ao ataque bárbaro do regime israelita a instalações diplomáticas no âmbito da autodefesa, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas".

Relativamente a um possível ataque de Telavive ao território iraniano, o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou: "O Irão não quer uma escalada de tensões na região, mas se o regime israelita se aventurar, a nossa próxima resposta será rápida, mais forte e mais abrangente".

O Porta-voz do Conselho de Segurança do Parlamento iraniano, Ebulfazl Amuyi, afirmou que se Israel atacar o seu país, utilizará armas que nunca utilizou antes.

Amuyi disse numa declaração à televisão Al-Mayadeen, sediada no Líbano:

"Estamos prontos para usar armas que nunca usámos antes. Temos um plano para todos os cenários. Israel deve atuar de forma racional".

A 1 de abril, Israel realizou um ataque aéreo contra o consulado do Irão em Damasco, matando 7 oficiais iranianos do Corpo de Guardas da Revolução Iraniana, 2 deles com a patente de general.

O Irão anunciou que o ataque ao consulado de Israel significa um ataque ao seu território e que iria retaliar. Israel, por seu lado, declarou que responderia ao ataque do Irão.

A 13 de abril, o Irão lançou um ataque contra Israel com centenas de drones kamikaze e mísseis balísticos e de cruzeiro.

O Irão anunciou que alguns alvos foram atingidos, enquanto Israel declarou que a maioria dos ataques foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea, mas um míssil atingiu uma base militar no sul.

A televisão estatal israelita KAN anunciou que estava a planear "um ataque limitado ao Irão que lhe permita controlar o Irão, ao qual este não pudesse responder e que não arrastasse a região para uma guerra generalizada".