Colômbia entra na segunda semana de protestos após colapso das negociações entre governo e grevistas

Após 14 dias de greve nacional contra o governo do presidente Iván Duque, foi convocado mais um dia nacional de manifestações.

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Colômbia entra na segunda semana de protestos após colapso das negociações entre governo e grevistas

AA - Esta quarta-feira, 12 de maio, a Colômbia completa duas semanas de greve nacional contínua e indefinida contra o governo do presidente Iván Duque.

Na segunda-feira, houve uma primeira reunião entre o governo de Duque e os dirigentes do Comitê Nacional de Greve, mas não foi possível chegar a acordo entre as partes.

Por este motivo, os porta-vozes da greve convocaram um novo dia nacional de manifestações para quarta-feira, em resposta à falta de empatia do governo.

Balanço da Greve

Os colombianos estão nas ruas desde 28 de abril, para rejeitarem uma reforma fiscal anunciada pelo governo. Apesar da proposta ter sido retirada do Congresso e do seu autor, o ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla, se ter demitido, as manifestações sociais não pararam.

Pelo contrário, a situação complicou-se em várias partes do país, tendo como epicentro a cidade de Cali, onde durante dias, cidadãos, organizações da sociedade civil e grupos indígenas, foram até atacados com armas de fogo.

Os bloqueios das estradas já geram escassez de alguns alimentos e produtos, bem como o aumento dos preços em várias cidades colombianas.

O saldo de duas semanas de protestos é preocupante, embora diferente de acordo com as fontes. A Provedoria Federal fala em 42 mortes (41 civis e um polícia). O Ministério da Defesa menciona 33 mortos (32 civis e um polícia). Mas organizações como a ONG Tremors e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) contabilizam 40 homicídios, 12 vítimas de violência sexual, mais de mil detenções arbitrárias e mais de 500 desaparecidos.

AA



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