Dois mortos, toque de recolher e militarização na Colômbia após jornada de greve nacional

Apesar da participação maciça dos cidadãos na rejeição da reforma fiscal apresentada pelo governo, o presidente Iván Duque qualificou os atos desta quarta-feira como "vandalismo criminoso".

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Dois mortos, toque de recolher e militarização na Colômbia após jornada de greve nacional
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Dois mortos, toque de recolher e motins em várias cidades da Colômbia, são o saldo do pelo primeiro dia de greve nacional convocada por sindicatos e movimentos sociais, numa manifestação de repúdio contra a reforma fiscal promovida pelo governo de Iván Duque.

As mortes ocorreram nas cidades de Cali e Neiva, no sudoeste do país, e as duas situações estão a ser investigadas pelas autoridades locais e pela Polícia.

Em Cali, a estátua do conquistador espanhol e fundador da cidade, Sebastián de Belalcázar, foi demolida. Em Neiva, outra estátua do ex-presidente Misael Pastrana (1970-1975) foi demolida. Foram também queimados autocarros de transporte público e houve confrontos entre manifestantes e elementos do Esquadrão Móvel Antimotim da Polícia (Esmad) e ataques a equipas médicas, veículos particulares e sedes de entidades oficiais.

O Ministério da Defesa ordenou o destacamento de militares para apoiar as patrulhas da polícia em Cali devido à situação de ordem pública, e foi decretado o toque de recolher a partir das 15h00.

Em Bogotá, a Prefeitura anunciou o encerramento do sistema de transporte público TransMilenio às 17 horas, obrigando centenas de cidadãos a regressarem às suas casas a pé, de bicicleta ou por outros meios improvisado, debaixo de chuva. No entanto, e por volta das 19h00, o governo de Bogotá anunciou o estabelecimento de rotas especiais para o transporte das pessoas que tentavam regressar às suas casas.

 

Balanço

Segundo os dados da Campanha Defender a Liberdade (rede de organizações que denuncia detenções arbitrárias, perseguições judiciais e a criminalização de protestos sociais na Colômbia), atè às 16h20 de ontem, 14 pessoas foram agredidas, havia 20 feridos e 24 pessoas foram presas.

Por seu turno, a Polícia informou um total de 44 polícias ficaram feridos, 19 dos quais da Esmad.

Os manifestantes, bem comocomo diversos setores políticos, insistiram na retirada da reforma tributária e exigiram a demissão do ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla.

Entre as frases mais populares durante o dia, está a seguinte: “Se o povo marcha durante uma pandemia, é porque o governo é mais perigoso que o vírus”.

AA



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