Cheias na Líbia: 3.998 mortos e 9 mil desaparecidos

Rana Ksaifi, Chefe de Missão Adjunto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Líbia, fez avaliações sobre a situação mais recente na Líbia, onde ocorreu a catástrofe das cheias, na conferência de imprensa semanal do Gabinete das Nações Unidas em Genebra, em que participou online.

Afirmando que milhares de pessoas afetadas pelas cheias no leste da Líbia necessitam de assistência urgente, Ksaifi descreveu a situação no terreno como uma "catástrofe".

Ksaifi afirmou que cerca de 50 mil refugiados e requerentes de asilo estão registados no ACNUR na Líbia e que mais de 1000 deles viviam nestas regiões antes das inundações.

Ksaifi referiu ainda que, antes da catástrofe das cheias, o leste da Líbia albergava cerca de 46 mil pessoas deslocadas internamente.

"As inundações na Líbia provocaram novas deslocações. A maior parte das pessoas afetadas pelas cheias tiveram que deixar tudo para trás e ficaram sem nada. Estima-se que hajam 30 mil pessoas deslocadas só na cidade de Derna e 3 mil pessoas na cidade de Ajdabiya", declarou.

Ksaifi sublinhou que estão a trabalhar em cooperação com organizações nacionais e internacionais na região e salientou a importância de satisfazer atempadamente as necessidades humanitárias.

Ksaifi afirmou que um avião do ACNUR com 53 toneladas de material de ajuda chegará hoje a Benghazi e que a ajuda será distribuída rapidamente a mais de 10 mil pessoas.

Tarik Jasarevic, porta-voz da Organização Mundial de Saúde, partilhou os últimos números sobre as mortes e outras vítimas das inundações na Líbia.

Jasarevic baseou os seus números em fontes locais:

"De acordo com os últimos números, 3.998 pessoas perderam a vida nas inundações na Líbia e 8 a 9 mil pessoas continuam desaparecidas. Sabemos que, nos últimos dias, 450 pessoas foram resgatadas por equipas de diferentes países. De acordo com imagens de satélite, 2.200 edifícios foram afetados pelas inundações. Entre 30 a 35 mil pessoas ficaram desalojadas".